segunda-feira, 25 de maio de 2015

Não Julgueis

“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (I Co 10.12).

O que os evangélicos mais pregam é que “todos são pecadores carentes da graça de Jesus”, mas eles mesmos precisam acreditar mais no que eles pregam, porque alguns pensam que estão excluídos desse “todos”.

Nós pecamos a cada instante, não há quem pare de pecar. Alguns pensam que estão em pé porque o padrão de justiça deles é o mesmo que o da sociedade que os cerca. Para eles, não roubar, mentir, matar e trair é o bastante para estar “em pé”.

No entanto, para Deus, quando você usa a impressora do seu trabalho para imprimir coisas pessoais, ou usa o tempo do seu trabalho para fazer uma ligação telefônica que seja, você já está roubando; para Deus, quando você breca seu carro no foto sensor, você já está mentindo ao governo; para Deus, quando você sente raiva do seu próximo, você já o está matando no seu coração; para Deus, quando você olha com desejo para outra pessoa que não seja seu cônjuge, você já está traindo.

Veja que até nas coisas do padrão mais simples – que é o padrão que nos cerca – nós caímos constantemente e deliberadamente. Imagine se eu fosse traçar as profundezas de todo o desígnio maldito do coração humano comparando-o com a justiça plena e perfeita de Deus!

Por isso a verdade é que nós não caímos, nós somos caídos! Só estamos de pé diante de Deus na pessoa de Jesus Cristo por meio da fé, e nada mais. “Se observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?” (Salmos 130.3).

Mas, de fato, existem muitas pessoas que “pensam” estar em pé pelas próprias forças. E, por isso, vivem de julgar os outros pobres fracos, que “caem” em pecados públicos. Hipócritas!

Assim, a implicação de tudo o que resumidamente quero dizer nesse texto é: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados” (Lc 6.37).

Jesus mandou não julgar justamente porque ninguém tem uma vida digna o bastante para julgar quem quer que seja. “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” (Tg 2.10). Não importa qual pecado você comete durante o seu dia, para Deus ele ofende tanto quanto qualquer outro cometido por quem quer que seja.

Assim, nós não devemos chegar perto de um irmão sofrido para julgar ou para expô-lo, mas tão somente para perguntar em como podemos ajudar a tira-lo do buraco em que ele se meteu, exortando-o em verdadeiro amor para que o mesmo se restaure. “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2).

Infelizmente o cristianismo está tão obcecado em ler letras, que acaba esquecendo-se de pratica-las. Os “cristãos” podem – aos olhos da religião – ser invejosos, caluniadores, fofoqueiros e terem o coração entupido de maldades, mas se estiverem indo ao templo todo final de semana, vestindo roupas de acordo com a moral da igreja, e lendo livros, são tidos como espirituais e capazes de julgarem os outros “pobres pecadores".

Às vezes eu penso que a arrogância de alguns evangélicos não tem cura. Mas eu confio no poder do Evangelho em transformar corações. Por isso, nunca deixarei de pregá-lo. Um dia talvez essas pessoas busquem se parecer com Jesus. Talvez comerão com publicanos e pecadores; andarão com meretrizes; ajudarão os pobres, e serão muito mais que pessoas vazias que se assentam para ler livros e falarem mal dos ”pobres mundanos” que precisam receber deles o “amor”.

Por enquanto eles continuarão pensando que estão em pé. Eu, pecador que sou, continuarei crendo pela fé nAquele que está em pé em meu lugar, Jesus Cristo.

“Tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.” (Romanos 11.20)

domingo, 17 de maio de 2015

O único Deus verdadeiro

Soa um pouco arrogante querer afirmar que o único Deus verdadeiro é o que eu sigo, não é mesmo? Mas mesmo assim resolvi escrever esse texto, visto que não há espaço para dois Deuses, pois a própria essência Divina não permitiria a existência de outro.

Existem muitas pessoas por aí que tentam derrubar a ideia de haver um Deus único e verdadeiro por afirmarem que existem outras religiões, outros deuses, outros livros sagrados, outras histórias miraculosas; por que então deveríamos acreditar que somente o cristianismo é o correto?

Portanto, pretendo provar que o Deus verdadeiro só pode ser o que é Pai de Jesus, e isso sem usar textos bíblicos. Para isso usarei alguns pressupostos básicos que a maioria das religiões tem acerca da Divindade.

Deus é justo

Partindo do pressuposto que Deus é justo, e sabendo fatidicamente que o homem é mal, chegamos a conclusão que todos devem ser punidos por Ele, caso contrário isso anularia a sua justiça plena e o faria deixar de ser Deus. Para Deus ser Deus tem que haver derramamento de sangue, e sem derramamento de sangue não há remissão.

Porém, se a morte do indivíduo pecador resolvesse a situação, não haveria problema. No entanto, assim como Deus é infinito, sua justiça também é. Portanto, não só a morte aqui na Terra, mas um castigo infinito espera pelo pecador na eternidade.

Deus é amor

Sendo Deus amoroso e misericordioso, Ele quer salvar todos os homens da ira vindoura. Todavia, não há como o homem salvar a si mesmo. Não importa que vá viver num mosteiro afastado da sociedade, que ore diversas vezes ao dia, que faça penitencias, que exploda bombas no próprio corpo, que faça o bem ao próximo, nada disso compra a Deus. A justiça dele continua precisando de sangue para ser satisfeita.

Por isso, Deus proveu o sacrifício de alguém infinitamente bom, para assim apagar sua ira infinita. Ele mesmo se sacrificou em nosso lugar na pessoa do seu Filho, e ressuscitou – pois era impossível a morte deter o autor da vida.

Deus ainda assevera que todo esse sacrifício ocorreu no coração dele antes da fundação do mundo – embora tenha se cumprido na história da humanidade em Jesus, o Deus encarnado. Caso contrário, os que tivessem morrido antes da vinda de Jesus não poderiam ser salvos. Assim, antes do mundo ser mundo, Deus já havia sacrificado o Cordeiro em nosso lugar. Sem Cruz nem mesmo existiria criação!

Deus é absurdo, por isso requer fé

Você realmente acreditou quando eu disse no começo do texto que essa história fazia sentido e poderia ser provada? O Deus verdadeiro não pode fazer sentido ao ser humano. Deus precisa ser absurdo para poder ser Deus. Se Deus pudesse ser alcançado pela razão humana ele não seria Deus. Um ser finito como nós não pode alcançar um Ser infinito.

Por isso, Ele nunca será alcançado pelos filósofos desse século, tampouco pelos cientistas que tentam provar a existência dele. Ninguém poderá se gloriar diante de Deus. O Deus verdadeiro não é alcançado por méritos próprios, mas tão somente pela fé.

É por isso que o Caminho é estreito, visto que para se chegar a Deus o homem precisa se desarmar de todo o orgulho que existe no próprio coração e admitir que por si mesmo jamais conseguirá chegar ao Deus verdadeiro. Somente a fé no Cordeiro agrada a Deus.

Você acha que é fácil aceitar que somente o Cordeiro pode salvar? – É dificílimo! Isso quebra todo o orgulho humano. Por isso, quem quiser segui-Lo precisará negar a si mesmo.

Eu havia dito que não usaria textos bíblicos, mas nem por isso a mensagem acima deixa de ser Evangelho. Essa é a Boa Nova do Evangelho: que o Cordeiro se sacrificou em nosso lugar e está consumado!

E o que acontece depois de crer nessa mensagem? Ora, você começará a usufruir dessa salvação aqui na Terra. Aos que creem, o céu já começa a ser céu aqui. Isso porque Jesus irá lhe ensinar a ter vida abundante sobre a Terra. Para isso você precisará observar o modelo de vida que Ele nos deixou, e isso está registrado na Bíblia. Mas, isso é assunto para outro artigo, no qual eu evidenciarei a veracidade da Bíblia. Por enquanto ficamos por aqui. Tetelestai!

sábado, 9 de maio de 2015

A busca por um amor

“Deus é amor. E amor é o que todo ser humano quer. Portanto, quando alguém quer amor/amor, tal pessoa quer Deus, mesmo que não saiba.”

Há um tempo eu ouvi essa frase e fiquei intrigado refletindo sobre o quão real ela é, por isso resolvi pesquisar sobre o assunto. Como sabemos, não há nada que mostre melhor as profundezas do sentimento humano que a expressão através da música. Navegando pela internet cheguei à música “Segredos”, do Frejat:

“Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente¹ de todos que amei
Nos seus olhos² quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas³ dessa vida
Eu quero esquecer...”
É uma linda poesia proveniente de um coração sincero buscando algo que a alma deseja. Ora, mas essa é só uma, das muitas músicas existentes por aí que refletem a necessidade do ser humano de algo ou alguém que os possa completar, que também costumamos chamar de amor. O problema é que os amores oferecidos nessa vida nem sempre são os melhores; e mais, nem um deles podem saciar completamente essa nossa necessidade. É por isso que na busca desse amor muitos caem de cabeça nesse mundo e acabam quebrando a cara. Outros nem sempre quebram a cara, pois de fato conseguem colocar o coração em alguma pessoa ou em algum hobbie bom. Mas quando a ilusão passa, mesmo estando casado com a melhor pessoa do mundo, mesmo tendo adquirido todas as conquistas materiais que o coração possa desejar, o vazio continua. Conseguiu-se tudo, mas parece que não se tem nada. Aí começa o processo de desilusão com a vida e os pensamentos suicidas.
As pessoas, por terem almas eternas, também precisam de um amor eterno. Deus é esse amor. Por isso, eu tenho algumas considerações a fazer sobre a música do Frejat à luz do livro de Isaías:
1 – “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49.15). Com certeza Ele é diferente de todos os outros amores que você amou, posto que quando se ama a Deus, nem um outro amor precisará vir ocupar esse lugar. Antes, todos os outros amores desta vida estarão abaixo dele, e sobre o senhorio desse Amor maior, que supera até mesmo o amor das mães.
2 – Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45.22). Se você decidir parar e realmente olhar para Ele, você perceberá que não há outro amor pelo qual valha a pena viver. Só Ele é cheio de misericórdia, terna compaixão, bondade, e capaz de entregar a própria vida por nós.
3 – “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53.5). Não há ferida causada por essa vida que não possa ser tratada pelo amor do nosso Senhor. Muitas dessas feridas são causadas por nossos próprios erros, e outras pelos erros dos outros, ou até mesmo pelas adversidades da vida em si. Mas Ele não está procurando culpados, Ele está apenas oferecendo perdão e graça pela fé a quem quiser receber.
Reflita nisso,
Nele, em quem não há Segredos, visto que tudo nos foi revelado em Cristo para a salvação de todo aquele que crê. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Como devemos adorar a Deus?

Quando o assunto é adoração por meio de cânticos, as pessoas tendem a ser bastante extremadas nos seus posicionamentos – ou são totalmente liberais ou totalmente conservadores. Por isso, quando o assunto está em debate os nervos ficam à flor da pele. Os dois lados começam a usar de malabarismos nos textos bíblicos e evocam cada qual seu teólogo preferido, para assim embasar seu ponto de vista. No entanto, o que poucos sabem é que Jesus já tratou desse tema enquanto esteve nas regiões de Samaria e conversava com certa mulher samaritana.

“Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4.20-23)

É interessante observar que pouco antes Jesus estava falando de outros assuntos com a mulher, mas de repente ela corta o assunto assim que reconhece que Ele é profeta (vs. 19), e decide tirar uma dúvida doutrinária com Ele.

O que acontece é que os samaritanos costumavam adorar a Deus no monte Gerizim, visto que a prática de adorar em montes era adotada desde a época de Moisés. “Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte” (Êxodo 3.12). Já os judeus entendiam que o local de culto era única e exclusivamente o templo. Todavia, a maioria dos samaritanos só aceitavam os escritos que fizessem parte do Pentateuco, por isso não entendiam que o templo era o local correto de adoração naquela época. Dessa forma, existia um debate ferrenho entre os “teólogos” samaritanos e os “teólogos” judeus. Certamente essa dúvida doutrinária permeava a cabeça dessa samaritana há muito tempo, e ela viu em Jesus a oportunidade de sana-la.

Jesus sabia que as duas interpretações estavam erradas, tanto a dos samaritanos quanto a dos Judeus. Ambas eram doutrinas superficiais. Os judeus não viam o templo como uma tipificação de Jesus – pois se assim o fizessem estariam certos em ali adorar – antes idolatravam apenas o lugar; as paredes, as portas, o chão. A mesma coisa acontecia com os samaritanos, que achavam que pelos simples fato de estarem em um monte estavam realmente adorando a Deus.

O Senhor, então, responde que não é o estereótipo da adoração que vai fazer com que seu culto ou seu louvor cheguem aos ouvidos de Deus. A única coisa que Ele quer é ser adorado em espírito e em verdade.  Em espírito porque o adorador deve estar ligado espiritualmente a Deus por meio de Jesus Cristo, e em verdade porque Deus se alegra com um coração verdadeiramente sincero perante Ele.

O que as pessoas não entendem é que a adoração acontece muito mais de dentro para fora do que de fora para dentro. “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51.17)

Então, Deus não se importa com nenhum tipo de exterioridade? Tanto faz o local, os instrumentos, ou a melodia usada? – Tenho plena convicção de que para Deus essas exterioridades não importam. Mas, tudo isso deve ser ponderado com responsabilidade, especialmente quando o louvor estiver sendo feito em grupo – pois o povo de Deus deve estar sempre promovendo um culto racional por conta da consciência do próximo, caso contrário diriam que estão loucos (cf. 1 Co 14.23).

No entanto, de uma coisa tenho certeza, não adianta louvarmos a Deus à capela estando com o coração distante dele, bem como não adianta impormos um emocionalismo artificial por meio de instrumentos se a verdadeira emoção promovida pelo Espírito Santo não estiver presente. Deus quer sinceridade independentemente da presença ou da falta de instrumentos, sejam eles quais forem.

Mas, afinal, qual a maneira correta de adorar a Deus? À maneira tradicional ou à maneira liberal? No monte ou no templo? Ora, a resposta já foi dada por Jesus: adore a Deus em espírito e em verdade. Porque é nessa mesma sinceridade que o louvor dos pequeninos é aceito diante dele (cf. Mt 21.16), e é assim que Ele quer ser adorado.