segunda-feira, 21 de março de 2016

Postura na Internet

Em meio a tantos acontecimentos políticos tenho visto muitos irmãos tomando partido e entrando em conflitos públicos na internet, por isso resolvi escrever esse artigo. Ele será focado em situações práticas do Facebook, mas pode ser aplicado a qualquer mídia social.

A postura do povo de Deus no mundo virtual deve ser semelhante a postura que deve ser seguida no mundo real. Devemos ser de Deus em qualquer ambiente.

Por isso digo que se você tiver alguma coisa contra teu irmão, vai ter com ele em particular, conforme os passos de Mateus 18. Se você observar no mural dele algum pensamento em que você acha que ele esteja equivocado, vai ter com ele no Inbox e tente demovê-lo daquele pensamento. Se você quer se expressar de forma contrária, use seu próprio mural ao invés de ir ao mural dele escrever algo que você sabe que gerará confusão.

Só em haver demandas entre nós já é completa derrota para o povo de Deus, mas fazer isso perante incrédulos só agravará a nossa culpa!

Quando, porém, alguém vem em minha publicação e exterioriza uma opinião contrária eu me sinto no dever de respondê-lo na própria publicação. Jesus, ao realizar uma cura pública em uma sinagoga, foi repreendido publicamente: “O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.” (Lc 13.14).

A resposta de Jesus não foi particular, mas instantânea, para que ele não saísse aos olhos da multidão como o errado da situação: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo ele dito estas palavras, todos os seus adversários se envergonharam.” (Lc 13.15-17).

Existem poucas situações em que deve partir de você o ir à publicação de alguém para contrariá-la, mas elas devem ser mencionadas.

Quando um líder religioso publicar algo que fere diretamente a obra de Cristo, essa pessoa deve ser contrariada em público.

Pelo fato dele ser um líder muitas pessoas darão crédito ao que foi falado, e se deixarão levar por um erro grave – a obra de Cristo é tudo para nós!

Paulo deu exemplo ao resistir a Pedro publicamente quando ele estava levando o povo de volta aos costumes judaicos, confundindo assim a mente daqueles que haviam entendido a mensagem da Cruz: “Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas [Pedro], na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gl 2.14).

Eu mesmo já me senti obrigado a me levantar numa reunião para contrariar alguém que estava pregando uma reconstrução da Lei de Moisés – aquela que Jesus destruiu na forma de ordenanças, cumprindo-a em nosso lugar por meio da Cruz (cf. Ef 2.15 e leia "Afinal, por que a lei foi dada?" e "Usos e Costumes").

Há ainda casos mais graves que o anterior que também devem ser combatidos. O caso dos que deliberadamente usam do Evangelho de forma hipócrita para tirar vantagens próprias. Estou falando dos vendilhões do evangelho, os salafrários que fazem comercio da fé. Esses foram combatidos com uma veemência tão grande, ao ponto de Jesus derrubar mesas, cadeiras e dar chicotadas nestes que comercializavam no templo.

Em minha opinião esses são os dois casos que merecem uma resposta pública e imediata, seja no Facebook ou onde quer que seja.

Quanto ao mais, eu tenho buscado seguir a paz com todos, conforme o que sugeri no começo desse texto.

No passado já me envolvi em muitas discussões desnecessárias no Facebook que para nada aproveitaram, a não ser para a subversão dos ouvintes e para inflamação do próprio ego. Pode ter certeza, isso é só vaidade e promove o desserviço ao Evangelho.

Hoje quando quero expressar opiniões políticas ou doutrinárias uso meu próprio mural. Quando vejo pelas postagens que alguém está indo por um caminho perigoso eu chamo no Inbox e converso, já fiz isso inclusive com pastores amados – e é incrível como tenho resultados mais satisfatórios do que se tivesse feito aquilo em público!

Fazendo assim, “Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” – diria Jesus.