segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Carta Aberta - Aborto

[Segue abaixo um e-mail que escrevi aos parlamentares representantes do meu estado no congresso]

Meu nome é Thiago, 25 anos, natural de Fortaleza-CE, venho por meio deste tratar sobre um tema que tem se mostrado muito efervescente atualmente – o aborto.

Tenho estudado de forma muito profunda o assunto e gostaria de solicitar que vossa excelência analisasse com apreço o meu ponto de vista que será apresentado a seguir.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Disciplina na Igreja

O que me moveu a escrever esse texto foi a quantidade de casos de autoritarismo que presenciei na liderança de algumas igrejas. Pessoas são constrangidas a todo tipo de disciplina e exposição imposta por pastores que pouco sabem como tratar alguém de forma coerente com o Evangelho.

Jesus deixou os passos em Mateus 18 sobre como tratar um irmão que cometeu pecado.

“Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.  E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.” (Mt 18.15-17)

1º - DANO AO PRÓXIMO

A característica do pecado que precisa ser tratado por outros é aquele que causa dano direto a outrem: “Se teu irmão pecar contra ti...”.

Temos um exemplo claro desse tipo de pecado em 1 Coríntios 5, onde havia alguém que estava possuindo a mulher do próprio pai. O pai era o ofendido e o filho era o ofensor. Também em 1 Coríntios 6 Paulo cita um caso de demandas (não especificadas) entre irmãos, onde o caso não poderia ser julgado em tribunal de incrédulos, mas perante a igreja. Nesses casos, onde há dano ao próximo, é necessário a igreja intervir.

domingo, 10 de julho de 2016

A Política Revela Corações

Os últimos acontecimentos políticos no Brasil têm servido para diversas coisas, mas sobretudo tem servido para revelar o que se passa no coração de pessoas que se dizem cristãs. Por isso resolvi escrever abaixo algumas dessas visões políticas sendo contrastadas com o Evangelho:

Apoiam a pena de morte mesmo sabendo que Jesus, tendo tido a oportunidade de condenar a mulher adúltera ao apedrejamento, preferiu agir com misericórdia. Se eles defendessem o direito a legítima defesa para que as pessoas pudessem defender sua família utilizando até mesmo armas de fogo, seria razoável. Mas defender a ideia de matar alguém que já está detido não combina com o ensino do Evangelho.

Apoiam a castração química que, à semelhança da ideia anterior, é uma decisão que não tem volta. Com esse tipo de pensamento voltamos à idade média onde os ladrões tinham a mão amputada ao cometerem delitos. Para mim, qualquer delito, por mais grave que seja, deve ser combatido com a exclusão da pessoa da sociedade até que essa tenha condições de retornar ao convívio comum. Para isso é necessário um contínuo acompanhamento psicológico, além de estímulos educacionais – há prisões onde a pena é diminuída para cada livro que o detento lê. Vez ou outra vemos casos em que alguns deles conseguiram concluir o bacharelado e voltaram ao convívio comum. Meu desejo é que isso deixe de ser exceção e vire regra. Essa tarefa é complicadíssima para o Estado. Afinal, é mais fácil propor pena de morte, castração química, tortura, e etc.

Meu pensamento no Evangelho é a recuperação do indivíduo e não a ideia do olho por olho e dente por dente. Jesus veio para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. Portanto, não é porque uma vida foi ceifada que devemos ceifar outra. Isso não é querer “defender bandido”. Se o bandido continuar bandido e não se recuperar, ele deve ficar isolado da sociedade para sempre na cadeia.

O Evangelho diz que devemos acolher o estrangeiro e ajudar o necessitado. Os cristãos são contra o acolhimento dos siro-libaneses.

Jesus deu liberdade ao jovem rico para seguir seus mandamentos ou não (cf. Mt 19). No entanto, os cristãos querem obrigar toda a sociedade a seguir seus princípios através da força do Estado. Homossexuais devem ser heterossexuais; os que usam drogas não podem usar (leia mais sobre Descriminalização das Drogas), etc.

Porém, a decisão individual de cada pessoa deve ser respeitada, desde que isso não afete diretamente o próximo.

Conforme a lógica de Jesus, o jovem rico poderia usufruir da sua riqueza caso não quisesse segui-lo, pois o dinheiro era dele e isso não afetaria ninguém. Da mesma forma, eu penso que o Estado deve coibir apenas aquilo que faz mal aos outros – quer fumar? Vai para um fumódromo ou faça isso em casa. Quer ter relações com alguém consciente e do mesmo sexo? Cada um tem essa liberdade. Decisões puramente individuais que não afetam terceiros não devem ser interferidas pelo Estado.

A ideia de justiça meritocrática também é amplamente distorcida. Para alguns, a criança que não tem pai e/ou mãe e tem que trabalhar o dia todo para sustentar os irmãos tem a mesma chance de acessar as univerdades e os concursos públicos que crianças que passam o dia estudando nas melhores escolas da cidade. Ser contra a ideia das cotas é ser contra a justiça.

Um dos poucos pensamentos coerentes que se pode aproveitar é o fato de serem contra o aborto. Nesse caso a decisão individual da mulher afeta terceiros (no caso a criança) e, portanto, deve ser rigorosamente fiscalizada pelo Estado. Para mim, um aborto deve ser tratado com tanto rigor quanto um crime de assassinato. Eu sei que existem estudos que dizem que não há vida no feto nas primeiras três semanas após a fecundação, pois o cortéx cerebral ainda não começou a se formar, mas essa ideia ainda é amplamente contestada. A vida humana é coisa séria e para alguém dizer que não há vida nesse período inicial, este precisa provar indubitavelmente sua tese.

A ação do Estado para ajudar as mulheres mais pobres deve ser a implantação de orfanatos e a ampliação de programas sociais. A saída nunca será legalizar um crime. Obviamente excetuam-se situações onde a vida da mãe corre riscos ou há má formação no feto (acefalia e semelhantes).

São muitos temas que poderiam ser tratados à luz do Evangelho, mas esses ultimamente têm sido tratados com maior avidez e tenho ficado perplexo com o posicionamento de alguns cristãos. Tem algum importante que esqueci de comentar? Escreve abaixo nos comentários do Blog!

Não me rotulo como sendo de direita ou esquerda. Afinal, pode-se perceber no que escrevi acima que eu retenho o que é bom dos dois lados. Aliás, o que eu escrevi acima não foi tirado de nenhum filósofo-político. Tudo isso eu vejo em Jesus. Fiz apenas aplicações de princípios do Evangelho na vida comum.


Essa é minha oração: que seu posicionamento político seja ser de Jesus, o resto é ideologia humana. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

O culto não pode parar!

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12.1)

Certo domingo eu tive que faltar uma das reuniões da igreja para resolver uma questão pessoal que aos olhos de alguns poderia não ser tão importante. Então alguém me perguntou: “você vai faltar o culto por causa disso?!” – Eu prontamente respondi que é impossível eu faltar o culto, porque meu culto não tem fim. O máximo que poderia acontecer era eu faltar na reunião da igreja – que alguns chamam de culto – mas o culto verdadeiro eu jamais deixaria de fazer.

O culto que Deus requer de nós é que mantenhamos a nossa vida em um constante sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. O culto que Deus deseja não tem local nem hora marcada. Ele acontece no chão da existência e no horário de todo curso da nossa vida.

Esse culto pode acontecer num trânsito caótico onde você não devolve mal por mal quando o motorista ao lado insulta você; ou quando você não maltrata ou humilha o seu empregado; quando você entende as necessidades do seu cônjuge; quando você é humilde, caridoso, amoroso. Enfim, o culto acontece quando você busca ser como Jesus em cada momento da sua vida, independente se está na igreja ou em uma padaria.

Muitas vezes as reuniões no templo estão repletas de pessoas que não estão cultuando. Luxúrias, invejas, porfias, mágoas e todo tipo de sentimento ruim estão dentro de algumas pessoas que frequentam esses lugares por pensarem que é por estarem naquele lugar que o culto ocorre. No entanto, se as pessoas entendessem que o culto começa no coração e se ramifica pra fora até alcançar nosso próximo, teríamos mais pessoas cultuando verdadeiramente, tanto dentro quanto fora do ambiente religioso.

Portando, meus irmãos, não deixemos de nos reunir, como é costume de alguns. Estar ao lado de quem compartilha da mesma fé faz bem pra alma e traz gozo ao coração. Mas por outro lado, saibamos que nosso culto não depende e não está restrito às quatro paredes da denominação.

Um beijo no coração!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Deus é de Direita ou de Esquerda?

No meio cristão tem-se levantado uma grande discussão acerca de qual a posição política agrada mais a Deus. Uns dizem que crentes devem ser de direita, outros acreditam inadmissivelmente num governo esquerdista.

Ambos os lados estão errados! Deus não se limita a essas ideologias humanas de governo. Deus não está interessado em governos humanos, e sim no crescimento do seu Reino. Certa vez perguntaram a Jesus sobre coisas legais: “Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança.”; Jesus responde sem titubear: “Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?” (cf. Lc 12.14). Logo após Ele não ordena a partilha – pois isso cabe ao Estado – mas ensina os princípios do Evangelho contra a avareza para que eles possam agir conforme a consciência.

Por isso eu digo que o governo não deve ser adepto de nenhuma religião. Sou contra regimes teocráticos. Em minha opinião o estado deve ser laico. Isso porque todo indivíduo deve seguir a fé que desejar de forma livre, sem intervenção do Estado.

Os crentes que defendem que o Brasil deve ser um país apoiador da Bíblia precisam lembrar que é baseado nesse pensamento ditatorial-teocrático que o Estado Islâmico mata nossos irmãos no oriente. E foi baseado nesse pensamento que João Calvino matou pessoas em Genebra.

Jesus nunca tentou se unir à Política para tentar implantar seu Reino, pois seu Reino não é deste mundo. Ele nunca buscou Pilatos, Herodes, ou César para firmar acordos com os quais forçasse o povo por meio de Leis a seguirem os princípios do Evangelho. Quem quisesse seguir o Evangelho deveria seguir de livre e espontânea vontade, quem não quisesse, era livre para assim escolher.

O que quero dizer com isso é que o governo não deve incentivar as pessoas a seguirem, por exemplo, os princípios da família tradicional. O que ele deve é garantir que todos tenham direito de escolher qual modelo devem seguir sem sofrerem nenhum tipo de preconceito – assim uns, pela fé, seguirão um modelo, e outros seguirão o que quiserem.

O governo deve proteger os que sofrem injustiças. Assim, deve punir o ladrão, o estuprador, o cara que dirige bêbado, etc. Ele, sendo mais forte que o indivíduo, deve garantir leis justas que punam o infrator e proteja a vítima.

O governo deve proteger os desfavorecidos. Não há como negar que o preconceito existe e que aquele garoto do sinal nunca terá as mesmas chances de se dar bem na vida quanto um garoto que nasceu em berço de ouro. Daí deve-se existir programas sociais como as cotas para corrigir essa curva.

O governo deve ser forte na economia para garantir emprego e renda para todos os que se esforçam no mercado de trabalho. Devem existir ricos que ficaram ricos porque mereceram e devem existir pobres que ficaram pobres porque foram negligentes – desde que ambos tenham tido as mesmas condições dadas pelo Estado para batalhar.

Eu poderia continuar e dar uma lista enorme de tudo o que o governo deve fazer. Mas, nos exemplos anteriores já pode ser percebido o que quero dizer. Princípios básicos de justiça e respeito em relação ao próximo, liberdade de expressão, auxílios e incentivos ao povo em suas necessidades econômicas e físicas, correções de curvas sociais, e sempre a busca por igualdade de oportunidades deixando a cargo de cada um escolher lutar para vencer na vida ou não.

Isso que descrevi se assemelha mais com direita ou esquerda? – Ora, acho que tem o melhor dos dois lados. Quando vou votar procuro alguém que tenha pelo menos princípios próximos aos que foram citados.

O que não admito são regimes ditatoriais (de direita ou esquerda) que minam os direitos basilares de qualquer indivíduo. Isso não dá!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A Simplicidade do Evangelho

O que mais se escuta hoje em dia é que a igreja precisa passar por uma nova reforma, visto que o movimento evangélico tem se distanciado e muito da simplicidade do Evangelho. No entanto, eu não concordo com isso. Por mais que a reforma de Lutero tenha tido bons resultados iniciais, em menos de 500 anos o movimento apodreceu de forma exorbitante.

O problema é que Lutero reformou a igreja apenas de forma doutrinária, mas muitos dos ritos e das institucionalidades continuaram. Não adianta reformar o que começou errado em sua raiz.

Ora, a igreja católica iniciou-se na forma de instituição depois dos anos 300 e deixou de ser a igreja simples do livro de Atos. Criaram o Clero, a supremacia da igreja-instituição, envolveram a igreja com política, a igreja passou a ficar encharcada com doutrinas e tradições humanas, ritos e misticismos que só se viam em meios pagãos.

Até que Lutero instituiu a reforma, mas o que ele fez foi só remendo de pano novo em veste velha. Em pouco tempo todos os erros contidos na igreja católica passaram a existir na igreja evangélica. As indulgências viraram dízimos e trízimos, a doutrina de que fora da igreja não há salvação continua de forma tácita na igreja evangélica, o movimento evangélico invadiu o parlamento e está totalmente envolvido com política, seus cultos estão repletos de tradições humanas e misticismos, sem falar no retorno às tradições judaicas e à lei de Moisés. Eu não vejo que um novo "remendo" possa curar isso. Minha visão é começar do zero, conforme Jesus fez.

Quando Ele veio estabelecer a nova aliança no seu sangue, não o fez a partir da religião farisaica. Ele não tentou reformá-la, pois sabia que não daria certo. Ele simplesmente saía e pregava a simplicidade do evangelho pelas ruas, praças, praias, e quando entrava no templo geralmente era contraditado pela religião instituída.

No começo o movimento cristão era apenas o Caminho, onde as pessoas se reuniam no primeiro dia da semana em casas para se edificarem mutuamente através da Palavra e se alegrarem com louvores cantados entre os irmãos. Nesse Caminho caminhavam em fé, vivendo em amor. Era essa a simplicidade.

Os próprios pastores evitavam viver uma vida clerical e tinham trabalhos comuns durante a semana como qualquer pessoa normal. O próprio apóstolo Paulo trabalhava como fazedor de tendas para não ser pesado à congregação. Vejamos o que ele disse já no final do seu ministério: “De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo.” (Atos 20.33,34). Esse padrão é bom de ser seguido se o pastor tiver homens experientes que o ajudem na liderança da igreja. Caso seja pesado de mais pode-se requerer um salário, não há pecado nisso. Porém, em vista dos crescentes escândalos de corrupção nas igrejas, minha recomendação é que uma igreja tenha vários líderes que possam conseguir revezar na ministração da Palavra para que em paralelo todos os líderes possam ter seus próprios empregos comuns.

Naquela época também não era necessário a criação de impérios televisivos para que a mensagem convertesse, pois quando se seguia a simplicidade que o Evangelho propõe “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2.47). Ao ponto de a igreja em pouco tempo conter cinco mil homens, afora mulheres e crianças. “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil.” (Atos 4.4).

Embora a igreja estivesse com grande número de pessoas, o povo vivia numa proximidade de amor e comunhão jamais vistos. “partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.” (Atos 2.46,47). Para que essa proximidade ocorresse não eram necessários vários eventos especiais, nem cruzadas evangelísticas, mas sobressaia mais uma vez a simplicidade de viver o Evangelho entre os irmãos.

Eu sei que dificilmente alguém vai conseguir encontrar um lugar para se congregar nesses moldes, seja no meio evangélico ou católico. Mas eu também não aconselho que por conta disso alguém se torne um desigrejado.

Eu mesmo conheço algumas poucas boas igrejas evangélicas em que confio recomendar, mas também conheço singelos grupos que se reúnem em garagens e que nem por isso deixam de ser igreja. Aliás, os considero muito mais igreja do que as igrejas que existem por aí.

Não precisamos de uma nova reforma, precisamos tão somente internalizar a simplicidade do Evangelho em nós. Caso contrário, continuaremos tendo muitas atas, mas poucos atos.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Postura na Internet

Em meio a tantos acontecimentos políticos tenho visto muitos irmãos tomando partido e entrando em conflitos públicos na internet, por isso resolvi escrever esse artigo. Ele será focado em situações práticas do Facebook, mas pode ser aplicado a qualquer mídia social.

A postura do povo de Deus no mundo virtual deve ser semelhante a postura que deve ser seguida no mundo real. Devemos ser de Deus em qualquer ambiente.

Por isso digo que se você tiver alguma coisa contra teu irmão, vai ter com ele em particular, conforme os passos de Mateus 18. Se você observar no mural dele algum pensamento em que você acha que ele esteja equivocado, vai ter com ele no Inbox e tente demovê-lo daquele pensamento. Se você quer se expressar de forma contrária, use seu próprio mural ao invés de ir ao mural dele escrever algo que você sabe que gerará confusão.

Só em haver demandas entre nós já é completa derrota para o povo de Deus, mas fazer isso perante incrédulos só agravará a nossa culpa!

Quando, porém, alguém vem em minha publicação e exterioriza uma opinião contrária eu me sinto no dever de respondê-lo na própria publicação. Jesus, ao realizar uma cura pública em uma sinagoga, foi repreendido publicamente: “O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.” (Lc 13.14).

A resposta de Jesus não foi particular, mas instantânea, para que ele não saísse aos olhos da multidão como o errado da situação: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo ele dito estas palavras, todos os seus adversários se envergonharam.” (Lc 13.15-17).

Existem poucas situações em que deve partir de você o ir à publicação de alguém para contrariá-la, mas elas devem ser mencionadas.

Quando um líder religioso publicar algo que fere diretamente a obra de Cristo, essa pessoa deve ser contrariada em público.

Pelo fato dele ser um líder muitas pessoas darão crédito ao que foi falado, e se deixarão levar por um erro grave – a obra de Cristo é tudo para nós!

Paulo deu exemplo ao resistir a Pedro publicamente quando ele estava levando o povo de volta aos costumes judaicos, confundindo assim a mente daqueles que haviam entendido a mensagem da Cruz: “Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas [Pedro], na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gl 2.14).

Eu mesmo já me senti obrigado a me levantar numa reunião para contrariar alguém que estava pregando uma reconstrução da Lei de Moisés – aquela que Jesus destruiu na forma de ordenanças, cumprindo-a em nosso lugar por meio da Cruz (cf. Ef 2.15 e leia "Afinal, por que a lei foi dada?" e "Usos e Costumes").

Há ainda casos mais graves que o anterior que também devem ser combatidos. O caso dos que deliberadamente usam do Evangelho de forma hipócrita para tirar vantagens próprias. Estou falando dos vendilhões do evangelho, os salafrários que fazem comercio da fé. Esses foram combatidos com uma veemência tão grande, ao ponto de Jesus derrubar mesas, cadeiras e dar chicotadas nestes que comercializavam no templo.

Em minha opinião esses são os dois casos que merecem uma resposta pública e imediata, seja no Facebook ou onde quer que seja.

Quanto ao mais, eu tenho buscado seguir a paz com todos, conforme o que sugeri no começo desse texto.

No passado já me envolvi em muitas discussões desnecessárias no Facebook que para nada aproveitaram, a não ser para a subversão dos ouvintes e para inflamação do próprio ego. Pode ter certeza, isso é só vaidade e promove o desserviço ao Evangelho.

Hoje quando quero expressar opiniões políticas ou doutrinárias uso meu próprio mural. Quando vejo pelas postagens que alguém está indo por um caminho perigoso eu chamo no Inbox e converso, já fiz isso inclusive com pastores amados – e é incrível como tenho resultados mais satisfatórios do que se tivesse feito aquilo em público!

Fazendo assim, “Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” – diria Jesus.