quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O Sabichão

“Deus alimentou os fracos e despediu vazios os arrogantes” (Lc 1.53).

Hoje se vive uma época em que as pessoas estão a um clique da informação. Aparentemente isso é algo bom, mas existem pelo menos dois grandes problemas nisso.

O primeiro problema é que algumas pessoas não se aprofundam naquilo que querem conhecer e, portanto, se satisfazem na leitura superficial que alguns veículos de informação oferecem. Isso é danoso porque se enche a sociedade de pseudo-intelectuais que acham que sabem, sem saber.

O segundo problema está em realmente se aprofundar num assunto ao ponto de achar que se tornou o senhor da razão e não ouvir os demais que pensam o contrário. Eu mesmo estudo teologia desde a minha adolescência, mas nunca deixei de ouvir o contraditório. Aliás, sempre que quero estudar um assunto, escuto pessoas com posições antagônicas para verificar qual pensamento faz mais sentido conforme Jesus.

Muitas pessoas perdem uma oportunidade enorme de aprender por conta dessas duas situações: ou porque acham que sabem, sem saber; ou porque sabem tanto de um assunto, que acham ser impossível que alguém tenha algo que possa contradizer aquela ideia.

Como disse Epiteto: "É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe".

Quando eu observo que alguém que está discutindo comigo se encontra em um dos extremos propostos nesse texto, eu simplesmente ignoro. Não adianta responder a quem acha que já sabe. Acredito que foi por isso que Jesus simplesmente silenciou quando Pilatos questionou: “que é a verdade?”. Para muitos, seria a grande oportunidade de evangelizar o governador, mas talvez Jesus viu que não adiantaria.

Muitos religiosos da época de Jesus poderiam ter recebido o evangelho, mas por sua arrogância acabaram sendo despedidos vazios. Até quando você vai deixar de escutar alguém por achar que você mesmo já é o detentor da verdade?

Não importa quantos anos de fé, ou quantos diplomas você tenha, esteja sempre aberto a qualquer ensino. Use Jesus como a régua de medir e veja se esse ensino está parecido com Ele ou não.  E, finalmente, tenha como certeza que “todo aquele que nEle crê não será confundido” (Rm 10.11).

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