“Aquele, pois, que pensa
estar em pé veja que não caia” (I Co 10.12).
O que os evangélicos mais pregam
é que “todos são pecadores carentes da graça de Jesus”, mas eles mesmos precisam
acreditar mais no que eles pregam, porque alguns pensam que estão excluídos
desse “todos”.
Nós pecamos a cada instante, não
há quem pare de pecar. Alguns pensam que estão em pé porque o padrão de justiça
deles é o mesmo que o da sociedade que os cerca. Para eles, não roubar, mentir,
matar e trair é o bastante para estar “em pé”.
No entanto, para Deus, quando
você usa a impressora do seu trabalho para imprimir coisas pessoais, ou usa o
tempo do seu trabalho para fazer uma ligação telefônica que seja, você já está roubando;
para Deus, quando você breca seu carro no foto sensor, você já está mentindo ao
governo; para Deus, quando você sente raiva do seu próximo, você já o está
matando no seu coração; para Deus, quando você olha com desejo para outra
pessoa que não seja seu cônjuge, você já está traindo.
Veja que até nas coisas do padrão
mais simples – que é o padrão que nos cerca – nós caímos constantemente e
deliberadamente. Imagine se eu fosse traçar as profundezas de todo o desígnio
maldito do coração humano comparando-o com a justiça plena e perfeita de Deus!
Por isso a verdade é que nós não
caímos, nós somos caídos! Só estamos de pé diante de Deus na pessoa de
Jesus Cristo por meio da fé, e nada mais. “Se
observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?” (Salmos 130.3).
Mas, de fato, existem muitas
pessoas que “pensam” estar em pé pelas próprias forças. E, por isso, vivem de
julgar os outros pobres fracos, que “caem” em pecados públicos. Hipócritas!
Assim, a implicação de tudo o que
resumidamente quero dizer nesse texto é: “Não
julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai
e sereis perdoados” (Lc 6.37).
Jesus mandou não julgar
justamente porque ninguém tem uma vida digna o bastante para julgar quem quer
que seja. “Pois qualquer que guarda toda
a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” (Tg 2.10).
Não importa qual pecado você comete durante o seu dia, para Deus ele ofende
tanto quanto qualquer outro cometido por quem quer que seja.
Assim, nós não devemos chegar
perto de um irmão sofrido para julgar ou para expô-lo, mas tão somente para
perguntar em como podemos ajudar a tira-lo do buraco em que ele se meteu,
exortando-o em verdadeiro amor para que o mesmo se restaure. “Levai as cargas uns dos outros e, assim,
cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2).
Infelizmente o cristianismo está
tão obcecado em ler letras, que acaba esquecendo-se de pratica-las. Os
“cristãos” podem – aos olhos da religião – ser invejosos, caluniadores,
fofoqueiros e terem o coração entupido de maldades, mas se estiverem indo ao
templo todo final de semana, vestindo roupas de acordo com a moral da igreja, e
lendo livros, são tidos como espirituais e capazes de julgarem os outros “pobres
pecadores".
Às vezes eu penso que a
arrogância de alguns evangélicos não tem cura. Mas eu confio no poder do
Evangelho em transformar corações. Por isso, nunca deixarei de pregá-lo. Um dia
talvez essas pessoas busquem se parecer com Jesus. Talvez comerão com
publicanos e pecadores; andarão com meretrizes; ajudarão os pobres, e serão
muito mais que pessoas vazias que se assentam para ler livros e falarem mal dos
”pobres mundanos” que precisam receber deles o “amor”.
Por enquanto eles continuarão pensando que estão em pé. Eu, pecador
que sou, continuarei crendo pela fé nAquele que está em pé em meu lugar, Jesus
Cristo.
“Tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas
teme.” (Romanos 11.20)
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